18/06/2017

Sobre idas e vindas... Sobre partidas e chegadas... 18/06/2017


Hoje fui acompanhar as fotos de um velho novo amigo e agora também peregrino do Caminho de Santiago. Acompanhei sua preparação e também seus medos. Dei algumas dicas e conselhos, mas muitas vezes falei: "Vai lá e vive... Vai dar tudo certo... Não te preocupa...". Certamente sabia da dificuldade dele entender isso em sua primeira vez nesta jornada. Mas que graça teria se o Caminho fosse um roteiro com tudo planejado com antecipação... Sei que esse amigo pode muitas vezes não ter gostado das respostas. Mas acho que agora, vivendo o momento dele, vai entender... Na volta saberei o que achou.

Vendo as fotos, vi nele certa tristeza pois, alguns amigos que ele fez no Caminho, teriam que partir antecipadamente, teriam de encerrar seu caminho, encerrar seu ciclo. E esse meu amigo peregrino iria continuar só, trilhando seus próprios caminhos novamente, fazendo suas escolhas...

Esse é um dos dilemas da vida que o Caminho de Santiago explicita de forma muito simples e direta.

Como lidar com a partida do outro? É importante notar que cada um faz a sua caminhada, num ritmo, com um objetivo. No meio dessa caminhada da vida, encontros acontecem e devem ser brindados. Da mesma forma as despedidas, mesmo sem estarmos preparados para elas.

É um fato: chegadas e partidas, inevitavelmente, acontecerão... 

O que fazer? Lamentar? Ou comemorar e agradecer pelo privilégio de alguns bons momentos (nem sempre tão bons) juntos? Pela companhia nos passos e rotas compartilhados? Pelas ajudas? O importante é guardar na memória aqueles bons momentos... Foi isso que tentei fazer... Pensar, no que aquela caminhada juntos me ensinou. O que foi compartilhado além dos passos e de algumas cervejas? Quais histórias de vida nos levaram até lá?

Hospitaleiro do Albergue Bela Muxia.
Uma pessoa energizada pelo caminho...
Uma vez, conversando com um hospitaleiro (pessoa que cuida dos albergues do Caminho) falei: "Olá hospitaleiro, às vezes fico triste por alguns amigos partirem. Eu gostaria de poder trilhar juntos mais algum tempo... Como você lida com isso, já que a cada final de noite encontra pessoas interessantes, das quais gostaria de compartilhar mais do que uma simples noite, e na manhã seguinte todos vão embora e você fica?"

Ele disse entender que a felicidade das pessoas ali, naquela noite, estava em partir, e não em ficar "presas" naquele local. Se as boas pessoas ficassem paradas nos albergues pela vontade dos hospitaleiros, nunca chegariam naquele albergue em específico e ele não teria o privilégio de conhecer tanta gente bacana. Nunca se abririam novas vagas nos albergues para que outras pessoas pudessem chegar... Ele disse ainda, procurar ver nas pessoas em partida o quanto haviam se transformado desde o momento da chegada. Tentava ver como naquela noite no albergue, elas haviam se transformado, nem que minimamente.

Na vida, pessoas vão partir, pessoas vão chegar... Mesmo sendo dois eventos tão diferentes existem coisas em comum: quase nunca conseguimos planejá-los, nos causam sentimentos fortes e precisamos estar abertos para vivê-los de forma plena. Se pessoas não partirem, não teremos espaço (nem tempo) para que novas pessoas possam chegar às nossas vidas. Então, precisamos deixar partir para abrir novas possibilidades de chegadas. Nenhum destes momentos será fácil. Às vezes, os dois trarão, juntos, o medo e, outras vezes, trarão alívio e satisfação.

Parceiros pelo caminho...
Não se preocupe! Quando você fizer sentido para uma pessoa e ela também fizer para você, existirá um elo tão grande que as chegadas e partidas serão imperceptíveis... Será como se essa pessoa sempre houvesse existido em sua vida... Será difícil até dizer quando chegou.

Mais importante do que deixar partir e chegar é deixar que as pessoas vivam seus próprios caminhos. É importante entender isso. Estamos aqui para compartilhar alguns trechos nessa sinuosa caminhada, com algumas pessoas vamos compartilhar pequenos trechos, outras percursos longos e, com outras, quase toda a caminhada da vida...

Escolhas que cada um deve fazer...
Apesar de que, quanto mais caminhamos juntos, mais nos achamos no direito de interferir no caminho do outro. Importante sempre lembrar que cada um precisa viver o seu caminho, tomar suas decisões e ser plenamente responsável por elas. Cada caminho escolhido nos faz abdicar de outro, simples assim...

Não interferir não significa que não podemos e devemos nos preocupar, aconselhar, mostrar novas perspectivas sobre as decisões... Significa apenas que devemos respeitar e ficar bem com as decisões tomadas pelos outros, mesmo que não estejam de acordo com o que pensamos estar correto...

Essa foi mais uma das lições que recebi do Caminho de Santiago, e que aparece em certos momentos de nossas vidas... Certos momentos certos...

15/06/2017

Remadinha Tira-Pó - Laranjal até o Seu Osmar da Torotama - 11/06/2017

Consegui uns dias para ficar em Pelotas, rever amigos e família... "Indo mal intencionado", levei os equipos para remar... Conversando com o Ligero e o vovô Joel marcamos uma remadinha no domingo... Sem definir rumos, apenas o horário e local de saída: 8:30 no trapiche. No domingo, o pessoal foi se juntando na beira do espelho, ops da Lagoa...



Só gente buena: alemão Kenneth, Guilherme Nolasco Ligero, Joel Vovô RamosDiquinho Vahl (ou William ainda não sei) e eu...

Se me falarem que tenho um irmão alemón eu até acredito...
Pai foi lá dar uma olhada e me ajudar como sempre :) Parceiro da vida inteira...


Até pensamos em ir pras Areias Gordas, mas acabamos indo para a Torotama, visitar o seu Osmar... Tudo monitorados pelo SPOT da guarderia Prowind.


O seu Osmar nos recebeu com sorriso no rosto, conversamos bastante e ficamos sabendo um pouco dos problemas que o pessoal da Torotama está passando com as cheias da Lagoa... Comemos umas laranjas colhidas no pé do quintal do seu Osmar... Hora de partir... Rumo ao Laranjal novamente...
Turma se divertindo na lagoa azeitada... (Foto: Kenneth)
Final de tarde, visto de dentro da Lagoa (Foto: Kenneth)

Com essa turma é só alegria... Na chegada, o Rodrigo Selva e sua esposa estavam nos esperando logo depois da Barra, sabiam nossa posição pelo SPOT... Chegamos na beira para dar um oi e nos encontramos depois no trapiche...





Na chegada, rolou uns rolos naquela água gelada... coisa boaaaaa...


Depois de ajustar tudo, a turma estava mortinha na Prowind, só conta lorota pro Leo... 


Foram uns 45km num dia de lagoa perfeita... Valeu cada remada...